3 de novembro de 2009

paroxetina

Ela precisa disso, não precisa?
Precisa.
E de quê mais?
Só isso.
Ela pode...
Não, não pode saber nada sobre isso.
Ou o quê?
Ela precisa disso e não pode saber.
Ou o quê?
Não importa. Não vamos perder esse tempo supondo o quê poderia acontecer se ela soubesse. Não vai. É melhor assim, pode acreditar.
E por que eu deveria acreditar, se você mesmo não sabe dizer?
Eu poderia dizer muitas coisas, mas eu prefiro não seguir por esse caminho.
Então eu nunca vou saber o que teria acontecido?! Você acha isso justo?
É você quem quer saber, não ela. Você acha justo você saber e não ela?
Acho que eu tenho mais autoridade nessa decisão do que você. você nem conhece ela!
Eu sou um profissional.
E daí? Você não sabe de nada sobre ela.
Você está perdendo a cabeça.
Tem razão. Desculpe, doutor.

Tempo.

Mas porque?
Porque isso geraria uma auto-critica demasiada. Paralisaria.
Auto-critica não é importante?
Nem sempre.
Mas quando favorece o crescimento é importante.
Isso não favoreceria o crescimento.
E não ter noção de si mesmo favoreceria? Que palhaçada.
Ela vai poder fazer todas as coisas que quer, aproveitar os momentos, aproveitar a juventude. Você não gostaria disso?
Sim.
Confie que dará tudo certo.
O que é dar certo?
Viver. Sorrir.
De mentira?
Que seja.