Sem equilíbrio ou com uma esperança doentia as coisas não parecem mortais.
Então encha a cara, ou leia a bíblia.
Ás maiores dores do mundo, ás desgraças inoportunas e sem direção de arte, á todas as crianças e homens abandonados.
E assim se segue. qualquer verdade que te conforte vira uma religião.
A ciência. A arte. O amor. Escolha uma.
É acreditar cegamente e seguir em frente. Vamos lá. Temos hora para o jantar.
Ou não...
Aí você vira o que?
Sei lá...
Quando não se acredita em nada, o que somos?
Eu não acredito em você. E agora?
Auto piedoso é aquele que se concede uma crença vital. Arranja-se um espaço de existência possível, uma razão e um caminho, uma vida ou fim justo dela. A verdade se faz abrigo, comida e nome: um útero. Quando você deve pagar por ela? Um sorriso basta? Um esquecimento?
É mais conveniente vender a alma ao diabo...
Será que ainda não nascemos? Que somos fetos alimentados por nós mesmos? Alimentados pelo tal “otimismo que se bebe”? e não se acreditarmos nela? Existe algo depois desse mar de petróleo borbulhante?
Quando não se tem uma verdade.... o que se é? Onde se está? O que se come?
Olha... eu não tenho um rosto! Olha!
Você consegue enxergar por trás dos óculos das pessoas? E por trás dos sorrisos? Aquele no espelho... ele te vê? Aposto que ele responde silenciosamente ás suas perguntas despropositadas de sua alma jovem e poderosa. De carne fresca e esperançosa. Aquele no espelho... ele te vê? Ele o ajudaria a carregar o seu fardo? Você se conforta naquele olhar? E quando você está sentado na rua, e chove, quando tudo acabou de desabar e você parece ser o único ser a ter as narinas sensíveis ao cheiro da fuligem e do enxofre que sobe das bases sólidas recém quebradas dessa grande cidade luminosa... ele te olha?
Esses pulsos cerrados quebram o que? Á quem ofendem? E se ofendem, qual o seu potencial de pedir perdão pelos destroços? Você cuspiu a sua piedade no ultimo bueiro, logo depois de ter sofrido uma desilusão. E agora?
E agora que não tem ao menos como voltar para sua vida pacata e livre dos perigos do pensamento? E agora que não se aquieta nem sedado? E agora que não tem mais nada?
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