29 de julho de 2009

Eu estou num barco. Água corre aos lados. Empurra. Posso apontar o invisível: lá! Lá estou. Meu coração voando fazendo sombra no rio, à minha frente. Eu estou viva.
Desliza sobre o espelho do céu. Dedos, os meus, furando as nuvens lá no alto. Eu tudo posso, e tudo sou. Sou eu esse mundo. Sou eu inteira.
Há um vasto campo estrelado que envolve todas as almas, embalando num fluxo de secreção amorosa e quente as todas possíveis quedas de minha vida. Há uma estrada. Há a morte. As horas sumiram, dissolveram-se no Tempo que é benevolente e forte.
O Estar é seguro. Deito e rolo sob o sol do meio dia.
Incrivelmente Belo. Incrivelmente Belo. Incrivelmente Belo.
O jardim das beldades. O jardim de deus. sou uma flor branca. Sou uma abelha grávida. Um cisne. Uma gralha.
Não interessa, mais nada, pois tudo está bem apesar de eu ser retardada. Tudo está bem, tudo está incrivelmente bem.
Grata.
Obrigado, obrigado, obrigado.

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