7 de setembro de 2010

moeda no chão de cimento molhado de agua suja de privada

De ter partes delicadas, intocadas, às vezes frágeis. Sentir frio, na nuca e nos braços. Que ele não se lembra. Possíveis espasmos de dor interna.
O passado ficou tão longe que só a essa hora da manha me visita com imagens: mãos frias e o rosto de quem nunca esteve lá.
As memórias se perdem num redemoinho de presentes imensuravelmente grandes e confusos. Tanto que são quase nada. Um chiado profundo, os meus erros de grafia, uma ou outra cicatriz, sendo a maior parte interna.
São Paulo e as máscaras que foram comidas por bichos.
Uma lagoa cheia de fadas sub aquáticas.
Um pouco de pol.
Mas principalmente
Imensidão e embriaguez. Caos.
Cheiro de perfume desconhecido, que não se quer conhecer, mas se conhece.
Tentar recuperar – o banho quente – no qual um dia eu estive – quando não havia de quem gostar ou a quem querer ou odiar – nem ninguém a quem buscar – nem o quê.
Tipo uma felicidade guardada numa caixa – coisas do passado que não se ajustam mais ao corpo. Sou outro. Eles são outros. O mundo é outro. E onde estivemos esse tempo todo?
Onde estamos? Que realidade deformada, torpe! Bruta! É bruta!>
Pessoas dinossauros já são o suficiente para me deixar em pânico, mas elas vem em bando, e cada uma mais feia que a outra, e para mim isto já está de bom tamanho para a estranheza que sou capaz de suportar.
Mesmo as folhas que caem deixando o tempo passar, ou os hábitos que se desvanecem, as pessoas que se desfazem em palavrões e cuspidelas, a minha própria poética sem sentido e não muito bonita ou a pessoa seca que vem hoje a ser aquela que me alimentava mais intimamente.
Tudo se vai. Se transforma. Tipo decomposição de matéria. Desaparece.
E não há para onde voltar. O único caminho é para frente, ou, se realmente quisermos, para baixo...

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