28 de novembro de 2010

febre 0,8

amalgamados, caíram no chão a sorte e a busca. agora rolam, de lá pra cá, feito um bicho imenso no mar, fazendo espuma.
abri esta porta. não há quem me faça voltar. nasci para discursar o que amanhã não me importo de esquecer. eu só queria dizer... que afinal...algumas palavras me bastam. o que fica perdido entre uma frase e outra é a eternidade do meu discurso. que se acaba no ímpeto de seu início, se embota, e na maior parte das vezes vacila até finalmente se esborrachar dramaticamente no chão. como a sorte e a busca.
nos ensaios de poucos passos, antes da queda, no susto do primeiro fôlego, nesse semi-segundo de suspensão, eu me liberto. eu me alimento. eu te liberto e te alimento. trocamos, eu e você, carinhos. trocamos salivas, suores, somos os dois juntos tomados por arrepios, sei de seus olhos o que nunca soube antes, descubro o fluxo, soooou fluxo.

e devo dizer, para alegrá-lo, e também para fazer que me espere com doçura, que estou muito ansiosa para nossa primeira noite.

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