9 de abril de 2011

Give me death


Para andar nas ruas que eu não conheço, e transar com pessoas que eu não conheço, e me ver de uma forma que eu não conheço, para esquecer os percalços de se saber quem se é, inclusive a idiotice que é isso.

Para beber coisas fortes, para lembrar de Allen Ginsberg, para estar em São Paulo porque lá a selvageria não leva ao mar.

Pra esquecer que amor romântico existe, pra não quer isso, para odiar isso, para nunca nunca lembrar disso

Pra fazer raio x do corpo e ele aparecer sem coração

Para o corpo andar sem coração, para viver sem coração, para ele não conhecer a diferença entre a vida e a morte.

2 de abril de 2011

Encontro a ventania dos olhos. HOJE ACORDEI COM MEDO. Encontro o deserto das mãos. Por trás do raciocínio há uma buraco negro. Penso. Evito o buraco negro. Sorrio e aceno. Lá se vão as pessoas. Agora estou aqui, muito distante. O mundo é mestre em desbancar orgulhos. As espectativas são buracos cobertos de folhas. O andarilho está ciente de nunca mais poder andar: ele segue relembrando a eterna presença do nunca mais. Aliás, podemos morrer, enfim.