ESTAVA ALI DE PÉ, OLHOS FUNDOS
NAO SEI MESMO DIZER, ASSIM, MUITO POUCO SÓLIDO
AS MÃOS NOS BOLSOS ESMAGAVAM PÓ DE TABACO
ESSA FIGURA, MARROM E PRETA, O CORPO OCULTO POR BAIXO DA LONA
FOGE DA VISTA
NAO ENTENDO NAO DEIXO ESTAR
QUERO VER
NAO POSSO
MAIS A ESQUERDA,NO CHAO, NO CENTRO
O CORPO DE UMA MULHER BRANCA, DE OSSOS BRANCOS, LISA
A CARNE DORMENTE RESPIRAVA, ALHEIA DE SI
ELA ESFREGA A LONA QUE A RECOBRE O ORGANISMO
O QUE HÁ POR BAIXO DA PELE?
GAIVOTAS, AREIA, O MAR
BREU
VERDADES
A INTENSIDADE LIVRE DE SIGNIFICAR
POR BAIXO DA PELE, CAINDO DENTRO DO PRECIPICIO DA PELE
PULSA FRACO O CORAÇÃO DELA
UM SEGREDO ENVOLVE O CORPO
eu aqui sou duas pessoas míopes
um homem respira pelo instrumento. a porta abre na simultaneidade do torcer da coluna
as duas uma.
na vida é como no amor
28 de julho de 2011
8 de junho de 2011
9 de abril de 2011
Give me death
Para andar nas ruas que eu não conheço, e transar com pessoas que eu não conheço, e me ver de uma forma que eu não conheço, para esquecer os percalços de se saber quem se é, inclusive a idiotice que é isso.
Para beber coisas fortes, para lembrar de Allen Ginsberg, para estar em São Paulo porque lá a selvageria não leva ao mar.
Pra esquecer que amor romântico existe, pra não quer isso, para odiar isso, para nunca nunca lembrar disso
Pra fazer raio x do corpo e ele aparecer sem coração
Para o corpo andar sem coração, para viver sem coração, para ele não conhecer a diferença entre a vida e a morte.
Para andar nas ruas que eu não conheço, e transar com pessoas que eu não conheço, e me ver de uma forma que eu não conheço, para esquecer os percalços de se saber quem se é, inclusive a idiotice que é isso.
Para beber coisas fortes, para lembrar de Allen Ginsberg, para estar em São Paulo porque lá a selvageria não leva ao mar.
Pra esquecer que amor romântico existe, pra não quer isso, para odiar isso, para nunca nunca lembrar disso
Pra fazer raio x do corpo e ele aparecer sem coração
Para o corpo andar sem coração, para viver sem coração, para ele não conhecer a diferença entre a vida e a morte.
2 de abril de 2011
Encontro a ventania dos olhos. HOJE ACORDEI COM MEDO. Encontro o deserto das mãos. Por trás do raciocínio há uma buraco negro. Penso. Evito o buraco negro. Sorrio e aceno. Lá se vão as pessoas. Agora estou aqui, muito distante. O mundo é mestre em desbancar orgulhos. As espectativas são buracos cobertos de folhas. O andarilho está ciente de nunca mais poder andar: ele segue relembrando a eterna presença do nunca mais. Aliás, podemos morrer, enfim.
27 de março de 2011
antigamente eu achava que a fome no mundo era, em grande parte, causada pela enorme quantidade de oferendas de comida que são feitas nas encruzilhadas para deuses pagãos. eu pensava - alimente homens e nao deuses, como slogan pessoal.
alimente homens e nao deuses continua sendo uma boa ética, mas nao por esse motivo.
quais deuses alimentamos?
alimente homens e nao deuses continua sendo uma boa ética, mas nao por esse motivo.
quais deuses alimentamos?
26 de março de 2011
Barbatana de baleia
Não posso precisar o que é. É um movimento que faz meu estomago frio. Que tira a fome, como se eu estivesse doente. E um medo. Um medo do tamanho do mundo, apertado todo dentro do meu corpo; eu exalo isso, eu cuspo isso, eu estou contaminada, e você vê.
Medo de sentir falta, medo de sentir presença pois depois virá a falta. Medo do quão oscilante é essa superfície de apoio: palavras, gestos e olhares. Como pode? É suicídio! E tem gente que faz isso! Que vive assim! Como pode? É suicídio! Eu mesma vivia assim!
Eu não sei dizer se é bom. Não é questinável, não é essa a questão. É dor de crescimento, de prazer. Dor de prazer de encontrar olhos. Dor de medo do prazer. Vicioso.
Todo apaixonamento deve começar assim. Doendo. E terminar também.
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