11 de setembro de 2007

Fecha os olhos e escuta

Rôo unhas. Arranco pelos. Cabelos queimados. Um pequeno orgasmo e pronto. Você está morto. A arvores caiu. O poste caiu. O gato caiu. O céu caiu. E choveu. Choveu. Choveu fortemente até o chão se desmanchar em qualquer coisa terrosa e secreta.

Dentro dos seus olhos, lindos lagos negros e frios, nada um grande monstro poderoso, com escamas e garras e um grande coração. Oculto na escuridão, ele sabe de tudo, ele vê tudo, e ele espera.

Na água o fogo apaga deixando muita, muita fumaça. Com a superfície do lago, se fundiram muitas e muitas lagrimas. Nós somos duas chamas unidas. Ele brinca com fogo. Ela brinca com fogo. Eu posso ouvir o som do seu monstro a mordiscar gravetos lamacentos. Em uma comunicação silenciosa, ele e o dragão branco que há tempos se apossou da minha alma trocam juras e confidencias.

O que somos nós perto deles? Apenas crianças que brincam com fogo...

As vezes eu penso que tudo vai cair, e que só eles, as criaturas do submundo das almas e sombras, irão voar livremente pelo mundo e soprarão as cinzas de uma realidade desfeita.

Alguma parte de mim sabe que algo grande está por vir. Um bebê, cujo choro anuncia algo como o apocalipse. Você também o sabe. E já não temos medo do escuro. Estamos nus, de braços abertos e peito estufado diante o grande precipício mudo, por toda a eternidade.

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