27 de abril de 2008

Doente da garganta

É tão quente e ríspido quanto o pior dos males... quando a verdade aguda gruda na sua garganta como uma espinha de arraia, e corta todo lábio e acaba cegando a pessoa a sua frente pois em um vôo triunfal ela dispara como se nunca antes houvesse respirado.

Eu não sei dizer: me escondo em um espelho quebrado, num canto, catando sementes do seu futuro despedaçado por mim. Eu me envergonho por ter sido tomada por essa miséria de duplos nocivos; mas foi tudo como deus queria, não?!

Do outro lado desse abismo tem a queda d’água mais linda. Ele apontou meu rosto em uma inclinação superior e eu, de olhos fechados, me apaixonei pelo mundo. Como eu poderia agradecer à alguém por ter salvado minha alma do demônio e ao mesmo tempo amarrado meu corpo à esperança de um porvir?

É tão engraçado quando as coisas soam tão bregas... dá vontade de rir.

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