Sabe...
Eu vou pegar e me virar do avesso e esfregar sapólio com uma escova de aço em:
Todos os meus músculos, carnes, mucosas, veias e tecidos.
Eu vou encher um balde com água de cachoeira e enfiar meu coração lá dentro.
Eu vou correr durante três dias até meu corpo expulsar em suor todas as palavras que eu engoli e todas as ações sujas as quais eu me submeti por falta de coragem de apenas estar.
Eu fumo um cigarro ou eu bebo mate. Eu bebo mate ou eu fumo um cigarro. Ou eu falo. Ou eu choro. Ou eu... ando e ando e vou acumulando a sujeira do chão na sola do pé.
Eu me encho de coisas pra não ver os espaços vazios, e no final do dia eles realmente não existem mais. Sem espaço não há movimento, não há ar, não há visão e na há eu. Não há espaço para mim dentro de mim. Há espaço para o mundo. Mas eu fico sem lugar pra existir.
Sem terra de mim mesma.
A moça do espelho nunca quis me possuir. À outros ela se entrega, mas nunca a mim.
20 anos de sedução e ela nunca se entregou a mim. É de todos, do mundo. Uma cadela eternamente grávida de um desconhecido.
Eu queria dizer mais que isso.
Eu preciso de mim, só isso. Animais são mais felizes do que eu.
Homem do século dezenove que descobre sua consciência e seu submundo e enlouquece não sabendo o que fazer com ele.
Calma, minha filha. Calma que tudo isso acaba um dia.
E tinha aquele cara que falava, no meio da noite, para ninguém, na frente do poço de seu umbigo. Ele dizia assim: shhhhhh!!! Shhhhhh!!! Escuta. Escuta, negro! Escuta! Eles estão cantando!
e sorria.
O mais íntimo de nós sempre é um coletivo. O Coro dos deuses monstros... esses chifrudos.
Uma luz vem vindo do poço! E essa luz, por si mesma, o atrai até a boca desse inferno. De lá de cima ele uiva, o que seria uma pergunta destorcida pela própria duvida, que então o deixa de ser e se figura como um balbuciar inconsciente de si. Ele pergunta: Eeeeeeeeiiiiioooooo.
Eeeeeeeeeiiiooooooo.]
E aguça a escuta para a resposta.
Nada.
A pedra que ele jogou nunca chegou ao fundo. No dia seguinte ele acorda sufocado por ela, em sua goela. Por que será? Melhor não saber. É cuspir ou morrer. ] são os chifrudos o querendo levar para o subterrâneo. O retorno da pedra, o querendo matar, responde a pergunta todas as noites repetidas.
E vai ficar sem fim, por que já não há qualquer começo. A vida está sempre se findando a cada instante. Acaba. Acaba. Acaba. Somos todos os últimos suspiros.
Não nasci pra ser escritora. Escrever é o que me salva, só. Se não estaria eu mesma já morta pela pedra que amanhece dura todos os dias na minha garganta.
Esse é o meu grito.
Meus olhos são o meu poço.
O silencio é um instante em suspenso, eterno, esperando por sua redenção.
Eu vou pegar e me virar do avesso e esfregar sapólio com uma escova de aço em:
Todos os meus músculos, carnes, mucosas, veias e tecidos.
Eu vou encher um balde com água de cachoeira e enfiar meu coração lá dentro.
Eu vou correr durante três dias até meu corpo expulsar em suor todas as palavras que eu engoli e todas as ações sujas as quais eu me submeti por falta de coragem de apenas estar.
Eu fumo um cigarro ou eu bebo mate. Eu bebo mate ou eu fumo um cigarro. Ou eu falo. Ou eu choro. Ou eu... ando e ando e vou acumulando a sujeira do chão na sola do pé.
Eu me encho de coisas pra não ver os espaços vazios, e no final do dia eles realmente não existem mais. Sem espaço não há movimento, não há ar, não há visão e na há eu. Não há espaço para mim dentro de mim. Há espaço para o mundo. Mas eu fico sem lugar pra existir.
Sem terra de mim mesma.
A moça do espelho nunca quis me possuir. À outros ela se entrega, mas nunca a mim.
20 anos de sedução e ela nunca se entregou a mim. É de todos, do mundo. Uma cadela eternamente grávida de um desconhecido.
Eu queria dizer mais que isso.
Eu preciso de mim, só isso. Animais são mais felizes do que eu.
Homem do século dezenove que descobre sua consciência e seu submundo e enlouquece não sabendo o que fazer com ele.
Calma, minha filha. Calma que tudo isso acaba um dia.
E tinha aquele cara que falava, no meio da noite, para ninguém, na frente do poço de seu umbigo. Ele dizia assim: shhhhhh!!! Shhhhhh!!! Escuta. Escuta, negro! Escuta! Eles estão cantando!
e sorria.
O mais íntimo de nós sempre é um coletivo. O Coro dos deuses monstros... esses chifrudos.
Uma luz vem vindo do poço! E essa luz, por si mesma, o atrai até a boca desse inferno. De lá de cima ele uiva, o que seria uma pergunta destorcida pela própria duvida, que então o deixa de ser e se figura como um balbuciar inconsciente de si. Ele pergunta: Eeeeeeeeiiiiioooooo.
Eeeeeeeeeiiiooooooo.]
E aguça a escuta para a resposta.
Nada.
A pedra que ele jogou nunca chegou ao fundo. No dia seguinte ele acorda sufocado por ela, em sua goela. Por que será? Melhor não saber. É cuspir ou morrer. ] são os chifrudos o querendo levar para o subterrâneo. O retorno da pedra, o querendo matar, responde a pergunta todas as noites repetidas.
E vai ficar sem fim, por que já não há qualquer começo. A vida está sempre se findando a cada instante. Acaba. Acaba. Acaba. Somos todos os últimos suspiros.
Não nasci pra ser escritora. Escrever é o que me salva, só. Se não estaria eu mesma já morta pela pedra que amanhece dura todos os dias na minha garganta.
Esse é o meu grito.
Meus olhos são o meu poço.
O silencio é um instante em suspenso, eterno, esperando por sua redenção.
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