16 de maio de 2010

Um dia não precisaremos mais de palavras. Um canal vai se abrir nas nossas costas, na altura do peito, e de lá vamos ouvir tudo. e responder.
Ou a gente pode cantar uma música, com a boca das costas. Vibrando. Uns detalhes agudos aqui e ali que dão sensação de infinito, reverberando no oceano todo. Um mar profundo, extenso, não havendo nada que não o pertença ou que lhe falte. Onde os olhos de um homem podem se perder para sempre, abertos, num descançar infinito e absoluto de observação prazerosa. E é bem no meio desse frio pleno, estático como grandes monumentos são estáticos através dos anos, estático como permanecer por escolha em um devido lugar, e lá estar. é aí que nasce, no peito e nas costas desse homem, uma abertura vermelha. pulsante.

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