15 de fevereiro de 2011


Alegoria dançante, de vestido vermelho, do caos. O homem dança ao centro.  Em volta dele o mundo em redemoinho. O vestido vermelho que o homem usa , roda.
Quando fechamos os olhos na rua, dentro reverbera o som do lá fora. De tudo reverbera dentro. O caos dos sons fazendo o redemoinho girar. O homem ao centro chora e ri, e ri e chora.
Cada ação, cada pensamento, cada queda – um som. Um passado e uma intenção – um som.
Caiu-me por terra todo o sagrado. Só vejo homens por toda a parte. Homens que almoçam, que fumam, que andam. Todos em busca de seus sagrados, de suas caixinhas de esperança, dos seus não seres ainda por ser. Eles suam, as vezes bebem, as vezes cantam. As vezes eles riem e eles choram e choram e riem. Mas só as vezes.
Eu faço o que faço porque eu preciso me libertar disso tudo. E eu sou exatamente isso tudo.
Eu faço o que faço pois preciso me libertar de mim, e sei que o mundo também precisa se libertar de si mesmo.

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