26 de março de 2011


Barbatana de baleia

Não posso precisar o que é. É um movimento que faz meu estomago frio. Que tira a fome, como se eu estivesse doente. E um medo. Um medo do tamanho do mundo, apertado todo dentro do meu corpo; eu exalo isso, eu cuspo isso, eu estou contaminada, e você vê.
Medo de sentir falta, medo de sentir presença pois depois virá a falta. Medo do quão oscilante é essa superfície de apoio: palavras, gestos e olhares. Como pode? É suicídio! E tem gente que faz isso! Que vive assim! Como pode? É suicídio! Eu mesma vivia assim!
Eu não sei dizer se é bom. Não é questinável, não é essa a questão.  É dor de crescimento, de prazer. Dor de prazer de encontrar olhos. Dor de medo do prazer. Vicioso.
Todo apaixonamento deve começar assim. Doendo. E terminar também.

Um comentário:

The Obscure disse...

Magnífico!