Lambe lagrima de sal numa bochecha macia
O olho resta aberto contra tudo que não faz mais sentido,
como que dormindo e chorando ao mesmo tempo. Está assim, expelindo sem dar-se conta disso
ou do quê. Aberto, as imagens se esmagam
pela Iris, se refazem de cabeça pra baixo na retina, o cérebro transforma tudo
em sonho mas eu não tenho acesso. A realidade paira quieta. O olho aberto,
lagrima escorrendo, bochecha fria de sal, a língua doce. Não acontece o que deveria acontecer. O pensamento
quieto. a mesma imagem se esmagando , se
refazendo na retina, em algum lugar se faz sonho. Qual? E os cílios úmidos. E a coisa arrastada, se
achata em um sem numero de repetições, um sem hora desse filme mudo e estático.
Paisagem do quarto do meio.
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