30 de agosto de 2015

Colônia Ilusão

Cai um pingo d´água
Acordo
Reabilito minhas juntas - onde estava?
Ah, desculpe, é que eu perdi o que estava fazendo.
 O que vinha agora?
Um..... nada
não vem.
Como estou? Quem é você?
Eu estava....
Cai um pingo d´água.

Céu se abrindo aqui em cima - olha lá o lindo dia. 
Muito mais do que eu supunha.
Verdade, eu estava viva!

A ilusão, o desatino, são ingratos com suas sementes.
Mães eternamente a olhar o horizonte
enquanto suas crias choram em seus braços
Lindas mães, com lindos olhos
tão distantes
tão rasos

A ilusão nunca toca!
 A ilusão nunca vem!
Especulação de vida
Caixa Vazia
Desvio do trem

Ela lhe mostra a mão:
destinos cruzados! (você até fica feliz)
Enquanto a outra está a trabalhar
em segredo
para o Presente roubar

 Mãos sujas tem a Ilusão
 Acumuladora de agoras
vai construir um império
deserto!
floresta outrora
povoada de corujas e lesmas
Hoje e adiante: o portão nunca aberto

A ilusão-colônia
se espalhou na minha corrente sanguínea
Criou cidades por todos os vales do meu corpo
Abriu padarias
 Jornaleiro
Tabacaria

Abriu um banco e agora administra esse hospedeiro de sonhos vis
que me tornei, que nunca quis
que de mofar está por um tris

Se não abrir
se não chorar
se nao correr
se nao de fato amar
Vou morrer dela

Do que seria,
Do que será
Do que queria
Morrer sem ar

O corpo sempre busca retomar
ele quis descer aqui, voltar
Mas a dança, amigo, a dança da ilusão não se pode negar
sob a pena de sermos alguém que não dança!
E o que isso pode aparentar?

A dança do desatino é carrasca, é cigana:
 te toma!
Enquanto se dança é bom
- como um vicio fácil
uma doença cautelar pra passar o dia no sofá

mas não se engane
é emboscada armada:
 O muito acordado
caminha, de fato
e Deus sabe onde ele pode chegar 

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