11 de junho de 2008

Desde quando a gente se encontrou, palavra por palavra, mas nada dizia nada.

Era tudo que eu não podia e tudo que eu precisava. Uma historia sem fim. Um corpo sem rim. Um coração de choques de momentos eternos e castos.

Aonde é que fomos? Por todos esses paços longos. Por toda essa estrada estranha. Sob um céu de mil gaivotas espantadas.

És um mistério, uma caixa fechada, um nó de mil parte. Todo paixão em pedaços.

Mas eu vou te encontrar.

Me perco, te espanco, te laço. Fazemos um casulo. Dormimos abraçados. Você me laça nos seus braços.

Entre olho e olho, um espaço.

Um hiato.

Coisa com coisa, subimos um no ombro do outro e olhamos mais longe.

Um fogo azul você pôs a queimar no meu peito, entre um e outro seio, no meio de todas as coisas e entre todas as coisas, o meio. O centro.

Meu coração está pendurado na parede do seu quarto. Ele ainda pulsa. Ele ainda chora. Ele ainda ama e sente saudade. E nossas mãos estão juntas num poço de pesares. E nossos pés estão frios. E nossos estômagos vazios.

O que é que fizemos? Aonde estamos?

Um deserto de horas pela frente me esperam.

Eu te guardo e te nino, você olha pro longe.

Mil desencontros dentro do único encontro. O único encontro, e nada mais ter razão.

O único encontro e nada mais ter motivo. O único encontro onde tudo se entende. Tudo se concentra. Tudo se explode. Tudo se sente. O único encontro e uma criação de mim. Criação de você. O único encontro, eterno, mil momentos eternos, mil pedaços eternos, mil canções.

Houve um choque, um espanto, e meu umbigo se amarrou ao seu coração. E o meu coração ao seu umbigo.

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